Possíveis combinações de fórmulas manipuladas com fenofibrato.

O fenofibrato é um fármaco usado principalmente para o tratamento da dislipidemia, ajudando a reduzir os níveis de triglicerídeos e aumentar o HDL (lipoproteína de alta densidade). Para otimizar os efeitos terapêuticos do fenofibrato, algumas combinações podem ser exploradas em formulações manipuladas, visando sinergia ou efeitos complementares. Abaixo estão alguns exemplos:

1. Estatinas (ex.: Atorvastatina, Rosuvastatina)

  • Racional: As estatinas como a artovastatina são frequentemente combinadas com o fenofibrato para melhorar o controle lipídico, especialmente em pacientes com dislipidemia mista. Enquanto o fenofibrato reduz triglicerídeos e aumenta o HDL, as estatinas são mais eficazes na redução do LDL (lipoproteína de baixa densidade).
  • Potenciais Benefícios: Melhoria no perfil lipídico completo, redução do risco cardiovascular global.
  • Precauções: Monitorar o risco aumentado de miopatia/rabdomiólise.

2. Omega-3 (Ácidos Graxos Omega-3)

  • Racional: Omega-3 é conhecido por seu efeito na redução dos níveis de triglicerídeos. Quando combinado com fenofibrato, pode potencializar a redução dos triglicerídeos plasmáticos. A Ômega 3 pode ser adicionada na forma em pó numa cápsula junto com por exemplo: Q10, Rosuvastatina, e Fibratos
  • Potenciais Benefícios: Redução adicional dos triglicerídeos, efeitos anti-inflamatórios.
  • Precauções: Risco de sangramento aumentado em doses elevadas de Omega-3.

3. Niacina (Ácido Nicotínico)

  • Racional: Niacina pode aumentar o HDL e reduzir os triglicerídeos, assim como o fenofibrato. Juntos, eles podem oferecer uma sinergia na modificação do perfil lipídico.
  • Potenciais Benefícios: Aumento adicional do HDL, melhor controle dos triglicerídeos.
  • Precauções: Monitorar para efeitos colaterais como rubor, hepatotoxicidade, e risco aumentado de miopatia.

4. Ezetimiba

  • Racional: Ezetimiba reduz a absorção de colesterol no intestino, complementando a ação do fenofibrato na redução do colesterol total e LDL. Potenciais combinações em formulações manipuladas podem incluir Ezetimiba, Orlistat (Xenical), e estatinas. Fibras como a Quitosana além de adsorver a gordura reduzindo a absorção sistemica, e melhorar a constipação e ainda mitigar os colaterais do Orlistat absorvendo a gordura não digerida.
  • Potenciais Benefícios: Redução adicional do LDL, potencialmente menos efeitos adversos comparado com a combinação com estatinas.
  • Precauções: Geralmente bem tolerada, mas monitorar função hepática em terapia combinada.

5. Antioxidantes (ex.: Vitamina E, Coenzima Q10)

  • Racional: O estresse oxidativo está associado à dislipidemia e doenças cardiovasculares. Antioxidantes podem complementar o tratamento com fenofibrato, ajudando a proteger contra danos oxidativos. Combinações incluem PQQ, Q10, Ácido Alfa Lipóico, Rutina, Vitamina E, Luteína dentre muitos outros.
  • Potenciais Benefícios: Potencial neuroprotetor e cardioprotetor.
  • Precauções: Necessidade de doses apropriadas para evitar potenciais interações e efeitos adversos.

6. Aspirina (Baixas doses)

  • Racional: A aspirina em baixa dose tem efeitos antiplaquetários, o que pode complementar o fenofibrato em pacientes com alto risco cardiovascular.
  • Potenciais Benefícios: Redução adicional do risco cardiovascular, prevenção de eventos trombóticos.
  • Precauções: Risco de sangramento, particularmente em combinação com outros agentes antiplaquetários ou anticoagulantes.

7. Ácido Ursodesoxicólico

  • Racional: Pode ser considerado em pacientes com dislipidemia associada à doença hepática, ajudando a proteger o fígado enquanto melhora o perfil lipídico. N acetilcisteina – NAC, também é frequentemente prescrita em combinações.
  • Potenciais Benefícios: Melhora da função hepática e controle lipídico.
  • Precauções: Uso deve ser avaliado conforme a condição hepática do paciente.

Referências Farmacopeicas e Científicas

  1. Martindale: The Complete Drug Reference: Descrição detalhada sobre o mecanismo de ação, farmacocinética e farmacodinâmica do fenofibrato, incluindo suas indicações clínicas e perfil de segurança.
  2. USP (United States Pharmacopeia): Padrões de qualidade, pureza e dosagem recomendados para o fenofibrato.
  3. Jun, M., et al. (2010). “Effects of fibrates on cardiovascular outcomes: a systematic review and meta-analysis.The Lancet, 375(9729), 1875-1884. 
  4. Keech, A., et al. (2005). “Effects of long-term fenofibrate therapy on cardiovascular events in 9795 people with type 2 diabetes mellitus (the FIELD study): randomised controlled trial.The Lancet, 366(9500), 1849-1861. 

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